A necessidade da transição energética tem sido muito discutida ultimamente e ganhou ainda mais força durante a COP26 (Conferência das Partes – 26º encontro).
Enquanto a produção de energia corresponde a 60% de todas as emissões mundiais de gases de efeito estufa, a ONU estima que 13% da população do planeta não tem eletricidade. Em contrapartida, 3 bilhões de pessoas dependem dos combustíveis fósseis para cozinhar.
Uma situação nada confortável diante de uma crise climática que já vinha sendo anunciada e que causará danos catastróficos para o planeta. É preciso mudar para um modelo mais limpo, acessível, eficiente e baseado no uso de fontes renováveis de energia.
O desafio
A transição energética, também chamada de transição ecológica, preza pela substituição do uso de fontes que prejudicam o meio ambiente por fontes renováveis de energia.
Para que a temperatura da terra suba apenas 1,5 graus na próxima década, é necessário reduzir as emissões de gás carbônico em 45% até 2030. Uma meta bastante complicada para economias tão dependentes da venda de carvão, petróleo e gás natural.
“Tudo está moldado para utilizar combustíveis fósseis e há países cujas economias dependem integralmente disto e, portanto, são resistentes à mudança.” Filipe Duarte Santos – Presidente do CNADS
Como resultado desta crise climática, os Estados Unidos, o segundo maior poluidor do mundo e primeira maior economia, prometeram recentemente reduzir as emissões americanas. Afirmam que a redução será entre 50% e 52% até 2030 e que a transição energética do país já começou.
Já a China, responsável por 26,1% dos gases poluentes eliminados na atmosfera e mais de 50% de todo o consumo de carvão do planeta, defende que chegará à neutralidade do carbono até 2060.
A transição energética no Brasil
“O Brasil tem todos os ingredientes para ser um dos grandes players globais em todos os elementos da matriz energética se atuarmos com urgência na exploração e produção. É enorme o potencial nas áreas de gás, solar, eólica e soluções baseadas na natureza”. Cristiano da Costa – VP da Shell
Clima, agricultura e distribuição hídrica são os fatores que tornam o Brasil uma grande potência em termos de produção de energia renovável.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Brasil recebe mais de 2.220 horas de irradiação solar por ano. Se todo esse potencial energético fosse aproveitado, geraríamos 15 trilhões de megawatts de energia.
Em relação ao potencial eólico, a Associação Brasileira de Energia Eólica afirma que o país tem condições de gerar 3 vezes mais energia, ou seja, 500 gigawatts.
Apesar de termos os ingredientes favoráveis para a transição energética, os maiores obstáculos estão relacionados a fatores econômicos. Mesma dificuldade encontrada por outros países já que os investimentos para a produção de energias renováveis são bem mais altos do que as opções atuais.
Logo, o desafio é enorme e o caminho é sem volta. A natureza não vai esperar mais.